FUMEIRO

28 junho, 2010

O fumeiro é o nome que se dá a carne que e geralmente de porco, são carnes expostas ao fumo, antigamente para conservar, agora talvez mais para lhe conferir características e sabores únicos.
Na nossa zona, na altura do inverno, ocorria e ainda ocorre em certos sítios a matança onde o porco que era cebado ao longo de todo o ano, era sacrificado para alimentar uma família muito numerosa na maior parte das vezes. Tentava-se utilizar ao máximo possível tudo o que o porco tinha e estragar o mínimo possível, eram tempos de fome em que a alimentação era muito baseada no porco e não podia haver desperdícios. Dai veio o fumeiro onde se aproveitavam as próprias tripas do porco para fazer as linguiças muito conhecidas no nosso concelho por chouriças, outros produtos também foram criados tais como: as alheiras, os chouriços e mais produtos que se conservavam graças ao fumo da lareira que era o único aquecimento de casa.
Em Alfandega da fé os produtos que ainda se costumam fazer e os que são mais comuns são as alheiras, os salpicões e ainda se vê muito os chouriços doces.

A CEREJA

As cerejas são frutos pequenos e arredondados que podem apresentar várias cores, sendo o vermelho a mais comum entre as variedades comestíveis. As cerejas contém proteinas, cálcio, ferro e vitaminas A, B e C. Quando consumida ao natural, tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Como a cereja é muito rica em tanino, consumida em excesso pode provocar problemas estomacais, não sendo aconselhável consumir mais de 200 ou 300 gramas da fruta por dia.
O cultivo da cerejeira é realizado em regiões frias. Necessitam de 800 a 1000 horas de frio para que possam produzir satisfatoriamente em áreas com Invernos frios e chuvosos.
A cereja de Alfândega da Fé está a ser aproveitada para produzir artigos com efeitos terapêuticos. São almofadas que utilizam os caroços do fruto como enchimento, indicadas para o alívio de dores musculares ou articulações. Mas os pés da cereja também são aproveitados para fazer chá, com propriedades diuréticas.
Quanto a produção esta depende muitos dos invernos frios e chuvosos. Mas por exemplo este ano haverá pouca cereja no nosso concelho mas de melhor qualidade.

OLIVEIRA:AZEITONA:AZEITE

A Azeitona é um fruto de uma árvore da família das oleáceas. A mais conhecida delas é a Olea europea, ou simplesmente oliveira - uma árvore baixa, frondosa, com várias ramas e de troncos retorcidos. A principal característica da oliveira é o seu período de vida, um dos maiores no reino vegetal. A oliveira é conhecida como a árvore da eternidade e por isso mesmo não pode ser plantada em qualquer lugar. Uma escolha errada significa problema para o resto da vida, porque ela demora 40 anos para alcançar a maturidade. A escolha do local deve ser perfeita, não pode ter ventos fortes nem correnteza de água após o degelo. A apanha da azeitona realiza-se no Natal, entre o mês de Novembro e Janeiro. O crescimento da Oliveira é lento. Nas condições mais favoráveis dá frutos ao fim de 5 anos após a sua plantação e só atinge o seu pleno desenvolvimento aos 20 anos. Dos 35 aos 150 anos atravessa a sua maturidade e encontra-se em plena produção. Depois dos 150 anos envelhece, tornando-se o seu rendimento irregular.
A apanha da azeitona resume-se a um “batimento” com alguma força nas oliveiras com o auxílio de varas, método de varejamento, nas zonas onde existe mais aglomerado de azeitonas com o fim de fazer cair as azeitonas sobre as lonas. Podemos identificar melhor este processo ao observarmos a seguinte fotografia:
Os únicos problemas que poderão surgir durante a execução destes processos será, eventualmente alguns galhos partidos, mas estes também não serão problema, pois pelo contrário ao se partirem os galhos velhos poderão vir a nascer galhos novos.
Poderá ter também um inconveniente, pois o número de despesas com os trabalhadores, que são bastantes na apanha tradicional, é enorme. É pouco prático, pois terá sempre de se levar os utensílios para onde quer que se vá.
Estes métodos não tem quaisquer influências negativas sobre a oliveira.
Há um menor gasto de dinheiro, pois não é necessário a compra de máquinas e de combustível.
A apanha mecanizada de azeitonas consiste em, basicamente, apanhar azeitonas com a ajuda de máquinas especializadas, comandadas por agricultores também especializados.
De seguida a azeitona é transportada para o lagar onde é transformada em azeite.
O azeite do nosso concelho é um azeite equilibrado, com cheiro e sabor a fruto fresco, por vezes amendoado e com uma sensação notável de doce, verde, amargo e picante.

A VINDIMA

A Vindima é a colheita dos cachos da uva após terem alcançado o seu grau óptimo de amadurecimento. Antes de ser feita a vindima é verificado se a uva está no ponto óptimo, ou seja, se o seu teor de açúcar é o adequado para a posterior produção de vinho. Este termo também é utilizado em referência aos cachos de uva depois de colhidos.
Portugal é um país rico em vinhedos e existe uma grande quantidade de castas que são cultivadas no nosso país. Uma casta é uma variedade de uva. Esta define as características do vinho que será produzido a partir delas. Claro que há outros elementos que influenciam o produto final, ou seja, o vinho, mas a casta ou castas a partir do qual este é feito têm um papel importante.

VINDIMA E ALFÂNDEGA DA FÉ A Vindima inicia-se em meados de Setembro e termina no fim de Outubro.
O trabalho das vindimas é efectuado por camponeses e trabalhadores que, geração após geração se dirigem para as mesmas plantações, quando a época se aproxima. Existem várias espécies de uvas. Mas a mais utilizada para produzir vinho é a Vitis vinifera.
Vê-se a planta a crescer, as folhas a desabrochar, os cachos a vingar, os bagos a ganharem cor. Terra de bom azeite, amêndoa, vinho, queijo e fumeiro, de gente afável onde a cultura continua a ser o elemento diferenciador que marca a qualidade do que produzem.

A CASTANHA

Há muitos anos atrás os nossos antepassados descobriram a castanha.
Supõem-se que a castanha seja oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso, acompanhando a história da civilização ocidental.
Tal como o pistácio, a castanha constituiu um importante contributo calórico ao homem, principalmente na pré-historia, a castanha foi também adicionada na alimentação dos animais.

O castanheiro manteve-se sempre associado à sobrevivência das populações rurais, no entanto hoje em dia já não serve como fonte directa de alimento mas como uma das principais fontes de rendimentos.
A castanha é um Fruto de forma elíptica alongada, de cor castanha avermelhada, muito brilhante, com estrias escuras longitudinais, que é muito fácil de descascar.
A castanha mais plantada na Terra Fria (zona Norte de Portugal, principalmente no distrito de Bragança), é a Longal, no entanto existe também a Judia, a Cota, a Amerelal, a Lamela, a Aveleira, a Boa Ventura, a Trigueira, a Martaínha e a Negral.
A castanha é utilizada para consumo como acompanhamento de pratos
da cozinha regional.. É ainda utilizada sob a forma de farinha para a preparação de sopa ou de pão. Quando transformada, é utilizada como sobremesa ou guloseima. A
Castanha faz parte integrante dos "magustos" que todas as famílias celebram a partir do Dia de Todos os Santos.
É produzida nos concelhos de alfândega da Fé, Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Mirandela,
Valpaços, Vimioso e Vinhais. A área de produção cobre cerca de 110 000 hectares, A produção anual é de 5 675 toneladas, distribuídas por 6 675 produtores.

Em Alfândega da Fé:
Após uma fase de evidente decréscimo na produção de castanha, que se fez sentir desde os anos 50 do século XX, assiste-se desde o início da década de 90 a um período de evidente ressurgimento da importância da castanha no nordeste transmontano, visível tanto nos maiores níveis de produção atingidos como no aumento da área de souto plantada. A produção da castanha é uma actividade estratégica para o nordeste transmontano, contribuindo para a fixação da população e para o incremento de actividades económicas ligadas ao meio rural.
Pela insuficiência da mão-de-obra familiar (da família do proprietário) e na impossibilidade de entreajuda na época de ponta (a colheita ocorre essencialmente entre o mês de Setembro e Novembro), recorre-se frequentemente a pessoal assalariado, sobretudo mulheres.
A colheita constitui o principal encargo com a produção da castanha, e é no custo da mão-de-obra que se perde uma parte considerável do rendimento obtido, o que leva a que familiares próximos dos agricultores guardem uns dias de férias para a época da colheita (mão de obra gratuita).
A produção de castanha do nordeste transmontano dirige-se quase exclusivamente para exportação, sobretudo para França e Espanha. O período de comercialização concentra-se essencialmente entre os meses de Outubro a Janeiro/Fevereiro.

A AMÊNDOA

A apanha da amêndoa decorre durante os meados de Agosto. Antigamente todas as pessoas tinham amendoeiras, poucas ou muitas faziam da actividade da apanha da amêndoa um meio lucrativo que vinha do campo. Nesse tempo esta actividade era lucrativa e então não ficava uma única amendoeira com amêndoa, ate os jovens rapazes e raparigas iam ao rebusco, depois da apanha das amêndoas, ou seja, iam apanhar as poucas amêndoas que ficavam por apanhar pelos apanhadores.
Agora já pouco se apanha a amêndoa porque há poucos compradores e esses compram-na a um preço relativamente baixo então já não compensa andar a apanhar a amêndoa.
Mas a amendoeira é uma árvore que existe em grande quantidade no nosso País principalmente em Trás-os-Montes e no Algarve, no nosso caso, Trás-os-Montes, em vila de Alfandega da Fé, ainda há muitas amendoeiras mas, no entanto nem toda a amêndoa é apanhada devido ao facto de não dar lucro suficiente, embora ainda se vê muita gente na apanha da amêndoa.
A amendoeira é uma árvore de estrutura média e muito bonita, sobretudo quando está em flor, o que acontece nos primeiros meses do ano. Depois de estar em flor e vingada, vai ao mesmo tempo surgindo a folha que vai crescendo ate aos meses de Maio e Junho, ate que chega ao tamanho normal. O fruto já nascido, fica pronto para ser apanhado, depois disto realizado, as amêndoas são colocadas em sacas e levadas para casa, onde são descascadas, ficando prontas para a venda. Muitas delas são partidas para serem utilizadas no uso caseiro, especialmente na feitura de bolos. Pode também ter outras utilidades como o óleo de amêndoa.
A amêndoa é uma árvore de folha caduca, a sua folha começa a cair no Outono, servindo para a alimentação do gado.